sábado, 20 de abril de 2013

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Os Julgamentos



Horário de verão. Saí de casa muito cedo, e já estava próximo à Universidade, quando, de repente, me deparei com a mais surpreendente cena: Uma criança segurava a mão de um senhor que aparentava ter por volta dos 75 anos. Poderia ser seu avô, ou estaria praticando uma boa ação, ajudando a atravessar a rua?

A fim de desvendar a cena, parei para acompanhar o que viria a frente... Me surpreendeu que aquela criança, mais ou menos 12 anos (menina) deveria estar na escola, pois eram 7 horas e não trajava nenhum uniforme,” muito estranho”, é o que vinha constantemente a minha mente.

Fiquei por aqueles segundos com os pensamentos agitados procurando buscar possíveis motivos para aquela criança e aquele senhor estarem tão cedo na rua. Será que estaria exagerando? Afinal hoje é muito normal as crianças desde muito novas colaborarem com a família, sendo cobradas demasiadamente responsabilidades.

Resolvi atravessar a rua no mesmo sentido que eles, tentando ouvir alguma coisa que explicasse tal fato. Muito próximo do meio fio a criança pediu que ele erguesse o pé para subir, nesta hora não resisti e elogiei o gesto, a menina com expressão triste não respondeu, ignorando minha presença continuaram caminhando em silêncio, percebi que o Senhor falou algo para a menina que olhou em minha direção e com a cabeça respondeu:

- Obrigada senhora, este é meu avô tenho somente ele para cuidar de mim e hoje estou acompanhando-o cedo à uma consulta médica, apesar com esta idade e ter problemas de visão, ele é uma pessoa muito forte, por ele faço de tudo pois desde muito pequena meus pais não moram comigo, meu pai saiu pelo mundo afora e minha mãe nunca pode me dar a atenção que tenho de meu avô, ele é o meu tudo. Agradeço, sua compreensão mais preciso ir, senão irei atrasar para consulta de meu avô.

Naquele momento, me pus a caminho da Universidade e começei a pensar quantas vezes eu não dei atenção aos meus pais que estavam o tempo todo comigo, e precisei de um exemplo pratico para parar e pensar.

Na sala de aula, e ainda pensando na cena que havia visto anteriormente, o professor chega com uma proposta, onde nós precisaria-mos relatar fatos de nosso passado, ou algo que nos colocasse frente as necessidades de nossa vida.

Nesse momento iniciei uma reflexão sobre julgamentos, coloquei a situação ocorrida pela manhã, e pudemos concluir como os seres humanos reagem frente a situações contrárias de sua rotina de vida, como por tão pouco julgamos o tempo todo, tudo que nos rodeia, as situações, as pessoas, enfim, vivemos num mundo que nos impõem “princípios corretos” pela sociedade, valores que não sabemos se estão certos ou errados.

Aprendi que não adianta ler somente o rótulo, precisamos antes de julgar provar o vinho.

https://docs.google.com/document/d/123Ud8fiYFFopmw0mC8KKEwuBRKkU9EKBVg1RnOxWVY4/pub

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